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Mãe, mulher e guerreira: feliz dias das mães

  • Raffa Carolina
  • 10 de mai. de 2020
  • 4 min de leitura

Antes de mais nada as pessoas responsáveis por todo o nosso bem estar são mulheres que enfrentam diversos preconceitos e uma rotina dura dentro e fora de casa

Tamires, lateral esquerda da seleção brasileira e do Corinthians. É a única mãe entre as atletas da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2019. Foto: Daniela Porcelli/ Getty Images.

Parabéns a estas guerreiras que batalham desde o nosso nascimento para nos manter bem cuidados, nutridos e nos orientar a seguir um bom caminho na nossa vida. Mas imagina quando você é uma jogadora de futebol e além da pressão que é exercida por bons resultados no time em que joga, a pressão é exigida pela própria sociedade, que muitas vezes cobra a mulher por um bom cuidado com o filho.

Tamires foi a única entre as 23 jogadoras da seleção brasileira que era mãe. E atletas na modalidade que são mães ainda são muito poucas. Em pesquisa feita no ano passado somente 2% das jogadoras de todo o mundo são mães.

A lateral esquerda da seleção brasileira e do Corinthians, com 31 anos atualmente tem o Bernardo, de 10 anos, que começa a dar sinais que irá seguir os mesmos passos que a mãe. Mas, só Tamires sabe das dificuldades que enfrentou e enfrenta por ser mãe e jogadora de futebol.

Quando tinha 21 anos descobriu a gravidez após exames de rotina, na época ela e o marido César, eram jogadores de futebol da equipe paulista do Juventus.

"Quando eu descobri (que estava grávida), eu tinha 21 anos, não era nova, mas como eu era atleta, essa é a fase que você está começando a ganhar experiência. Para mim, foi um baque muito grande. Era uma responsabilidade enorme. Eu pensei que futebol tinha acabado para mim ali", disse Tamires, ao blog do Dibradoras.

Tamires chegou a ficar três anos e meio fora dos gramados e se dedicou somente aos cuidados de Bernardo, enquanto o marido continuava com a carreira de futebol, depois disso, em 2010, recebeu uma oportunidade de retomar no Atlético Mineiro, mas para que conseguisse retornar teve todo o apoio dos familiares. Enquanto isso, Tamires deixava Bernardo com a sua mãe.

Uma situação que atrapalhou e quase fez Tamires desistir realmente da carreira foi quando ela estava no Galo e o marido na Patrocinense, uma cidade que ficava 600km de Belo Horizonte, fazendo com que os doisse vissem somente uma vez por semana ou nem isso.

Até que em 2013, César recebeu uma oportunidade de jogar em São Bernardo do Campo e, com isso, Tamires conseguiu uma oportunidade para disputar o primeiro campeonato brasileiro feminino, pelo Centro Olímpico, se tornando campeã brasileira naquele ano.

E ainda por cima, a cobrança para uma atleta de alto rendimento como é o caso de Tamires, que é titular na seleção brasileira e uma das peças fundamentais do Corinthians de Arthur Elias, aonde atua mais como ponta, é maior: no ano passado, entre Outubro e Novembro, a jogadora chegou a ficar mais de um mês longe de casa. Pois como a equipe paulista chegou a todas as finais das competições que participou (Campeonato Brasileiro A1, Libertadores e Campeonato Paulista) e jogou o Torneio da China, isso fez com que ficasse longe do filho.

Por conta da falta de estrutura dos clubes e sem o apoio necessário, muitas atletas postergam o sonho para assim que se aposetarem dos gramados. "As mulheres atletas costumam postergar a decisão de ter filhos porque a carreira acaba exigindo a dedicação integral às competições prevaleça", declarou a médica Tathiana Parmigiano, especialista em ginecologia do esporte em entrevista ao El Pais em junho de 2019.

Ou seja, entre escolher ter um filho ou uma carreira na modalidade, elas preferem ficar com a primeira opção e depois pensar em uma família. Infelizmente muitas delas acreditam ser impossível conciliar a carreira em um esporte de alto rendimento e ser mãe.

As atletas que optam por ser mães devem ter alguns cuidados durante a gestação, mas não há uma contraindicação da prática esportiva. Mas, o principal desafio é depois de ter o filho: muitas delas não tem uma garantia de que terão o apoio do clube necessário para o retorno as atividades após o encerramento da licença maternidade.

Em uma pesquisa recente do IBGE mostrou que 50% das mulheres que tem filhos perdem o emprego até dois anos após o retorno a empresa. E um outro dado agravante é que uma boa parte é dispensada assim que retorna da licença maternidade.


O QUE ATLETAS E MÃES PODEM NOS ENSINAR?


Ao ser mulher você já é uma luta diária, e, ao se tornar mãe é um desafio maior ainda, e, mesmo com todas as dificuldades não se deve desistir e mostrar toda a força que elas tem de conseguir e conquistar junto com os desafios que tem no dia-a-dia.

Agora se a atleta quer continuar com a carreira esportiva após o nascimento do filho(a), o clube deve garantir uma renda fixa e compreender a situação delicada que a mulher está passando neste momento. O que ela mais precisa, além de todos os compromissos que já possuem, é de todo o apoio nesta nova situação.

A maternidade não deve ser considerado o fim para a jogadora e sim o sinal de um novo recomeço de uma fase espetacular e maravilhosa. Nós, da Apaixonadas por Futebol, desejamos feliz dia das mães à todos os tipos de mães existentes.





 
 
 

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