MARTA UTILIZA A COMEMORAÇÃO DO SEU GOL, NÃO SOMENTE PARA MARCAR A SUA CARREIRA, MAS PARA NOS LEMBRAR

Depois da comemoração do seu gol, no qual mostrava que veio a esta Copa sem patrocínio, nos mostra somente uma coisa: porque não ter tratamentos e patrocínios iguais? 

Reprodução: Uol Esporte/ Jean Paul Pelissier/ Reuters.

Esta Copa do Mundo de Futebol Feminino está marcada para ficar na história como a mais vista, pois as emissoras de Televisão aberta fazem as transmissões dos jogos da Seleção Brasileira e, registra record de audiência. Mas, o que chamou a atenção no último jogo contra a Austrália foi a comemoração de Marta: após o décimo sexto gol em Copas do Mundo, sendo a quinta consecutiva que marca, Marta aponta para a sua chuteira, nos dizendo muito mais do que esta comemoração pode dizer: se acham que para os homens é difícil jogar, para as mulheres existem muito mais obstáculos: preconceito, má estrutura e muitas vezes sem o apoio de familiares, dificultando a carreira de muitas jogadoras. Não é só a Copa da visibilidade para milhares de meninas, mas nos mostra que as Copas anteriores, elas não tiveram apoio e muito menos o patrocínio que estão tendo agora. Aliás, o que a maioria das jogadoras pedem é o mínimo que deveria ser oferecido: igualdade salarial. Marta, ganhou respeito e fez história na Seleção Brasileira, lutando pela igualdade de gênero no esporte, assim como Formiga, a veterana em Copas do Mundo, jogou em uma época que o Futebol estava saindo de uma proibição que fez com que as mulheres não pudessem jogar, pois este era considerado um esporte impróprio. Além de mostrarmos exemplos e vermos notícias que nos espantam e chocam, é algo que ainda é muito corriqueiro no mundo do futebol das mulheres e no quotidiano de milhares de mulheres: muitas vezes ter um desempenho melhor que o de muitos homens, mas ser bem menos remunerada que os mesmos, pela questão do gênero. Esperamos que esta Copa não sirva apenas para vermos as nossas guerreiras em campo e, sim enxergarmos algo que está bem na nossa frente: enquanto as mulheres continuarem exigindo a igualdade salarial, iremos caminhar a passos lentos para a evolução da modalidade. Afinal, ainda tem países que não possuem atletas com a carteira assinada. O que mais pode ser dito? O que mais as atletas tem de passar para conseguirem mais apoio e uma estrutura?