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É preciso mostrar o rosto para vencer o preconceito que ainda existe no futebol

  • Bianca Loyola
  • 18 de fev. de 2019
  • 2 min de leitura

A final da Taça Guanabara ficou marcada com a polêmica envolvendo dirigentes do Fluminense e Vasco pela disputa do setor sul do Maracanã. As arquibancadas ficaram vazias em torno dos 30 minutos do primeiro tempo, do lado de fora, houve muita confusão entre policiais e torcedores. Passada a festa da torcida do Vasco, que festejou a vitória por 1 a 0 no Fluminense e o levantamento da taça, um vídeo começou a circular nas redes sociais, onde o jogador do Vasco, Felipe Bastos, aproveitou para comemorar a vitória e tirar sarro do rival.


No vídeo, o jogador puxa o coro de “Série C do c… Tomar no c…” para depois começar começar a cantar um grito homofóbico: “Time de veado”. Essa manifestação de cunho homofóbico sensibilizou as redes sociais e o próprio Fluminense emitiu uma nota declarando: "O Fluminense entende que uma vitória seguida de homofobia é uma derrota para o esporte...". Em contraponto, algumas torcidas organizadas do Vasco, comentaram que repudiam esse ato: "Homofobia não! Somos pioneiros na luta contra as opressões!" declara a Vascomunistas.


Não é de hoje que cânticos homofóbicos são entoados dentro e fora do estádio. Desde pequenos, estamos inseridos nesse contexto, seja escutando um comentário de um familiar xingando a torcida rival, ou lendo comentários de ódios destilados nas redes sociais. Infelizmente nossa sociedade não impõe limites e reflexões sobre atos e pensamentos. Dessa maneira, acabamos reproduzindo inconscientemente tal conteúdo quando estamos no contexto esportivo.


Para quebrar esse paradigma de intolerância LGBT no futebol, a Apaixonadas por Futebol reuniu alguns movimentos de torcidas importantes que lutam por um futebol mais inclusivo:



No dia 10 de abril de 1977, em pleno regime militar, surgia a primeira torcida brasileira exclusivamente gay. O criador da torcida Coligay, do Grêmio, ciente dos riscos de declarar a homossexualidade, sobretudo em um terreno machista como o futebol, ainda no contexto da ditadura, bancava aulas de karatê para que seus seguidores pudessem se defender de eventuais ataques homofóbicos de rivais e das próprias facções gremistas. Além das aulas de arte marcial, a Coligay financiava caravanas para os torcedores conhecidos como “coliboys” acompanharem as partidas pelo interior do Rio Grande do Sul. A Coligay inspirou outras associações entre torcedores homossexuais, como a Flagay, do Flamengo, que foi criada em 1979 pelo carnavalesco Clóvis Bornay. Em 2013, grupos encabeçados pela Galo Queer, do Atlético Mineiro, tentaram articular movimentos semelhantes nas redes sociais. Entretanto, por medo de ameaças de torcedores organizados, nenhum deles marcou presença nos estádios como a Coligay. A Cruzeiro Maria e a Raposões Independentes, também representaram o cenário mineiro.


Em 2013, o apresentador de TV e jornalista Felipeh Campos resolveu criar a primeira torcida organizada gay do Corinthians, a Gaivotas Fiéis ou Gaivotas da Fiel. Nas redes sociais, o arquirrival Palmeiras tem o movimento Palmeiras Livre, que conta com cerca de 10 mil seguidores.


"É preciso mostrar o rosto para vencer o preconceito que ainda existe no futebol".


 
 
 

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